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A supervisão no exercício da consultoria à Famílias Empresárias

” O cliente me pede garantias acerca de prazos e resultados. Eu não acredito que possa oferecer respostas absolutas. Tento explicar isso. O cliente responde que a sua empresa não compra nenhum projeto sem um cronograma claro e detalhado. Que é necessário prestar contas, que `dinheiro não aceita desaforo` e que seria irresponsável embarcar em um projeto sem isto”.

Acima ilustra-se uma situação que pode ser frequente na experiência de consultores cuja proposta de trabalho envolve uma transformação que será forjada na experiência, e, portanto, distante de um roteiro prévio cuja implantação pode ser previamente prevista, controlada e completamente planejada. Na nossa perspectiva, esse é o caso de projetos associados com transformações nos modelos de governança em empresas familiares.

Ora: como lidar com esse tipo de situação? Como não trair os princípios daquilo que acreditamos frente ao cliente ao mesmo tempo em que encontramos espaço para convencê-lo da pertinência desse investimento? Como não soar ” charlatão” nem assumir compromissos utópicos?

Esse é o tipo de questionamento que emerge em um espaço de supervisão. Frisamos como esse espaço para pensar nas dinâmicas emergentes com os clientes é valioso – seja quando estamos em um espaço de nossa própria supervisão, seja quando ouvimos outros colegas às voltas com seus impasses e perguntas. Vale dizer que um espaço de supervisão não é um espaço diretivo no qual alguém nos dirá o quê fazer. Um espaço de supervisão é uma oportunidade de observar nossos “pontos cegos”; de refletir acerca de certas escolhas na condução de um caso; de refinar quais as hipóteses construídas no decorrer da intervenção; de notar situações que nos intimidam e tolhem nesse caminho…

Talvez outro exemplo de situação enfrentada na nossa experiência possa iluminar a textura dessas questões:

” Um cliente comenta que haverá uma festa de casamento na família em breve ( um dos filhos vai se casar) e que desmarcará a nossa reunião previamente agendada naquela semana porque receia que o clima afetivo e festivo seja comprometido pelos temas delicados que serão objeto de nosso fórum ( que também envolvem o noivo) “. Por um lado, foi difícil articular esse espaço de agenda e decisões importantes precisam ser definidas. Por outro, há o receio de um esgarçamento importante das relações. Postergar esse fórum é difícil em função de compromissos do cliente e da consultoria. Comprometer um ambiente de celebração é um risco difícil de assumir. O quê fazer? Por um lado, o cliente apontou a expectativa de que a consultoria fosse guardiã desses espaços. Por outro, a consultoria nota um contexto de alta tensão no momento… Usar do nosso espaço de supervisão para amadurecer essa decisão foi o que fizemos nesse caso.

Vale situar que a noção de supervisão está conectada com o exercício clínico psicanalítico. Em 1919 Freud escreveu um texto denominado: ” Sobre o ensino da psicanálise nas universidades” no qual sistematiza a sua noção de alicerce na formação de um psicanalista: o tripé fundamentado no conhecimento da teoria, no investimento na análise pessoal, e no exercício de supervisão ( nos quais a reflexão acerca dos casos atendidos seria enriquecida graças à interlocução com colegas mais experientes).

A abordagem da consultoria psicodinâmica se nutre do arcabouço psicanalítico. É importante dizer que a consultoria e a clínica são modalidades completamente distintas de intervenção. Não se pretende sugerir uma indiscriminada relação entre ambas, mas compartilhar articulações que podem ser frutíferas. A prática da supervisão no contexto da consultoria é um desses bem-vindos aportes.

Como consultores de empresas familiares é comum pensarmos no objeto de nossa intervenção, mergulharmos nas “boas práticas de governança corporativa”, destrincharmos o modelo dos 3 círculos de John Davis e assim por diante. Menos frequente, talvez, seja o mergulho que contempla o vínculo, seus riscos e suas possibilidades naquilo que acontece no sistema inédito inaugurado em cada intervenção de consultores e seus clientes. Como diria Shakespeare: “há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”.

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A ÓTIMA Estratégia e Gestão é uma empresa de Consultoria e Treinamento de Gestão, nas áreas de Planejamento Estratégico, Sistemas de Gestão, Treinamentos e Projetos de Melhoria Lean 6 sigma. Tem como foco o desenvolvimento de projetos que tragam ganhos significativos em produtividade, qualidade e redução www.otimaeg.com.br

ROGÉRIO YUJI TSUKAMÓTO

Prof. e coordenador dos programas de Gestão de Empresas Familiares (EAESP-FGV/SP); Prof. de Empreendedorismo, História Empresarial e Sucessão Familiar em programas executivos da USP, Fundace e INEPAD; Membro do IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa Mestre em Business Administration pela The Wharton School of the University of  Pennsylvania (EUA). Um dos mais renomados consultores, em planejamento sucessório para empresas familiares em diversos segmentos, como: Cosan, Petróleo Ipiranga, O Boticário, Tigre, Ajinomoto, ABERT (Rádio e TV), ABRAS (Supermercados), SindPetro e muitas outras. info@gestare.com.br

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O Instituto Lisondo é uma Consultoria Boutique fundada em 1998 com o propósito de promover o desenvolvimento de pessoas e empresas através de propostas customizadas e bifocais (aspectos técnicos e humanos simultaneamente abordados).

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